Acima das tecnologias, das relações familiares ou de conflitos homem versus máquina, o ponto central de Papert em “A Família em Rede” é a aprendizagem e os seus processos. Fica-nos clara a ideia de que o autor é fortemente influenciado pela corrente Construtivista da aprendizagem (e é, também, influenciador) já dos capítulos anteriores, mas é neste que se assume como tal. Desde que comecei a pensar sobre o pensamento que me apercebi de que é efectivamente possível aprender sem que ninguém nos ensine, e este capítulo fez-me recordar, de novo, os meus tempos de meninice.
Já disse que era um miúdo louco por computadores e jogos de vídeo, o que não disse foi que a única coisa que me apaixonava igualmente era o bem-dito Lego.
Já disse que era um miúdo louco por computadores e jogos de vídeo, o que não disse foi que a única coisa que me apaixonava igualmente era o bem-dito Lego.
Ora, imaginemos que eu tenho uma peça “normal” (chamemos-lhe assim) com a forma de um cubo. Acontecia-me muitas vezes que a certa altura essas peças acabavam! O que fazer? Como uma boa criança faria: inventar! É então que percebo que uma peça “normal” é constituída por 3 peças “finas” (os nomes aqui são irrelevantes), ou por 4 “peças de um pino” ou ainda centenas de outras combinações. Através do Lego aprendi uma série de noções espaciais que apuraram a minha percepção (espacial) e a minha inteligência tridimensional. Porem, e ainda que não tenha aprendido de forma consciente, não tive ninguém a dizer-me o que fazer nem como o fazer. É certo que aqui estamos perante um caso extremista de construtivismo, mas que não deixa de ser um bom exemplo, creio.
Não estou a dizer, com isto, que a aprendizagem por pergunta-resposta ou os métodos tradicionais são ineficazes, o que está em causa é como a aprendizagem auto-dirigida supera esses outros métodos na medida em que não se fica apenas pela apreensão de conteúdos, vai para além disso: desenvolve outras competências, desenvolve esquemas cognitivos e outros estilos de aprendizagem. É nesse particular que os computadores oferecem a sua maior utilidade em termos pedagógicos: a possibilidade de desenvolver a mente e não se ficar pela transmissão de conteúdos (que não deixam de ser fundamentais). Há tempos, na aula de TDC, a professora Adelaide Pires disse-nos uma frase que ilustra bem o que estou a apoiar: “diz-me e vou-me esquecer, mostra-me e talvez me lembre, envolve-me e aprenderei.”
Não estou a dizer, com isto, que a aprendizagem por pergunta-resposta ou os métodos tradicionais são ineficazes, o que está em causa é como a aprendizagem auto-dirigida supera esses outros métodos na medida em que não se fica apenas pela apreensão de conteúdos, vai para além disso: desenvolve outras competências, desenvolve esquemas cognitivos e outros estilos de aprendizagem. É nesse particular que os computadores oferecem a sua maior utilidade em termos pedagógicos: a possibilidade de desenvolver a mente e não se ficar pela transmissão de conteúdos (que não deixam de ser fundamentais). Há tempos, na aula de TDC, a professora Adelaide Pires disse-nos uma frase que ilustra bem o que estou a apoiar: “diz-me e vou-me esquecer, mostra-me e talvez me lembre, envolve-me e aprenderei.”
Carlos,
Boa noite!
Estive a ler o seu blogue e vou comentá-lo. Analisa os três primeiros capítulos do livro de Papert sugerido. Penso que faz uma interpretação interessante, relaciona com outros temas, embora de um modo tímido e introduz vídeos que ilustram bem o conteúdo dos capítulos que analisou. Achei deveras divertido e ilustrativo o vídeo sobre as Tecnologias e as Metodologias...
Até breve,
Guilhermina Miranda
Tímido??? Essa agora! Porquê?
Não é o Carlos que é timido, isso eu não sei bem, são os comentários que faz ao livro, e as tentativas de relacionar o conteúdo com outras fontes.
Guilohermina Miranda
Hum... continuo sem concordar... Gostava que fosse um pouco mais construtiva, por exemplo, se dissesse "aqui está tímido porque fizeste assim mas se mudares isto fica melhor". Porque não consigo perceber onde está a timidez...