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Conferência: e-Learning

Ontem houve uma conferência na nossa Faculdade de Ciências da Educação (hoje é a minha vez de fingir que me esqueci de mencionar o outro curso. Qual é, mesmo?). O anfitrião foi o professor João Paiva (que também é o nome de um ex-ponta-de-lança do Sporting B, só para terem uma noção do alcance da minha cultura geral) e estruturou-se da seguinte forma:
- Primeiro profetizou-se o fim do e-Learning,
- Em segundo lugar foram apresentadas uma série de interessantes dicotomias acerca da educação
- E, por fim, falou-se um pouco da Web 2.0 (da ideia da criação de um grande Limbo) e dos trabalhos feitos com base na Internet.

Mas antes de me dizer mais sobre cada um desses pontos gostaria de dizer que fomos pioneiros na transmissão de um evento como este por vídeo-conferência e também, e esta é a parte realmente interessante, foi a primeira vez no mundo todo que se utilizou o verbo “chafurdar” numa conferência, o que me parece bué da intelectual (o que foi? Se o professor João Paiva pode dizer “chafurdar” por que é que eu não posso dizer “bué”?).

O fim do e-Learning foi profetizado numa perspectiva positivista. Diz João Paiva que daqui a alguns anos o “e” (de e-Learning) estará tão presente em toda a educação que não fará sentido utilizado, pois será tão banal que não se justifica o ênfase no “e”. A tecnologia estará para a educação como hoje estão os livros.

De seguida apresentou uma série de dicotomias muito interessantes sobre as quais farei pequenos balanços:





Razão versus Afectos

Hoje, devido às alterações sociais, ainda mais no plano escolar, há muitos professores que adoptam uma atitude de “gajos porreiros”, onde o papel de professor e aluno se confunde e, muitas vezes, a linha que os separa é perigosamente indefinida. Nesses casos há um risco grave dos “gajos porreiros” que são os professores não passarem disso mesmo, perdendo a mestria e a erudição própria do seu ofício. È óbvio que ninguém aqui defende o extremo oposto, apenas o sóbrio, porque os afectos são importantes, se são!

Centro no professor versus Centro no aluno

Qual é o limite da liberdade do aluno no desempenho desse papel? Mais uma vez o alerta para um risco: perder-se o construtivismo para o anarquismo. Por outro lado, o tradicionalismo já não tem lugar no ensino actual.

Elitismo versus Escola de massas

Com a democratização e massificção do ensino podem acontecer dois fenómenos: ou a exigência sobe para criar elites ou desce, criando uma ilusão de equidade e justiça. Se a escola nos apresenta públicos diversos e indivíduos diferentes, a igualdade só será alcançada tratando os diferentes como tal, procurando assistir um publico mais vasto e não proceder a uma filtragem (ou a um padrão tão baixo que todos transitam sem esforço).

Palavra versus Imagem

Há hoje uma sobrevalorização da imagem, mas a realidade é que, para a cognição, uma imagem não vale mais do que mil palavras. As palavras e o exercício da escrita e oralidade são excelentes promotores da reflexão e criadores de esquemas cognitivos. A imagem é atractiva mas não é um motor.

Pessimismo versus Optimismo

Não é necessário desenvolver esta dicotomia, foi-nos apresentada por Papert com outra terminologia: Cibercríticos versus Ciberutópicos

Memorização versus Criatividade

Também é usual, hoje em dia, a vanguarda mais apaixonada pelo construtivismo e pela educação centrada no aluno defender que a criatividade é fundamental e incontornável. Talvez seja, mas será possível criar sobre o nada, sem ter conceitos ou outras bases? Mais uma vez a lucidez é necessária.
_________________________________________-
Quanto à Web 2.0 foi levantada uma questão muito pertinente, talvez a mais pertinente de toda a conferência. Sendo a Web 2.0 uma porta para publicar qualquer coisa, independentemente da qualidade e/ou veracidade do conteúdo, como se poderá combater/filtrar toda a porcaria (desculpem-me a expressão mas parece-me que até nem é bem esse o termo) que é colocada online? A resposta é: com a criação de uma zona (chamemos-lhes Limbo) onde os conteúdos não foram revistos e por isso não há garantia da sua qualidade. Ora, através de equipas de peritagem, os conteúdos iam sendo sucessivamente analisados e retirados do limbo para a zona de confiança. Excelente ideia!

Quanto aos trabalhos feitos com base em informações da Internet foram apresentadas recomendações para combater a praga do “copy & past”.
-Princípio da compreensão – criação de restrições e regras por parte dos docentes, que obriguem os alunos a pensar e a compreender. Ex: selecção de partes especificas de um conteúdo, elaboração de apresentações orais acerca do tema, etc…
-Princípio do espírito crítico – nem tudo o que está na net é viável, há que chamar os alunos à atenção para isso.
-Obrigação de referir a fonte para que o professor verifique se se trata de uma cópia.





Lamento a extensão do post e despeço-me com uma citação do professor João Paiva:

“As tecnologias não são boas nem más, dependem do uso que lhes damos.”


PS.: Foi muito agradável ver o vídeo que está neste blog (sobre metodologias de ensino) a ser reproduzido numa conferência. =)
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