Olá a todos! Depois de uma ausência prolongada devido a assuntos pessoais (“assuntos pessoais” é uma desculpa que dá sempre para tudo) regresso de uma forma renovada. E porquê? Porque, se a memória não me estiver a passar a perna (seja lá onde for que se localiza a perna da memória), este é o primeiro post em que farei uma comparação de “A Família em Rede” com duas disciplinas das ciências da educação.
Parto da seguinte frase de Papert:
“(…)um bom projecto familiar de utilização do computador deve ter as duas raízes na cultura das crianças: é necessário que um miúdo sinta que o que estão a fazer se relaciona com aquilo que os miúdos fazem geralmente (…)” ou com aquilo que gostam e os liga à realidade, acrescento eu.
Parto da seguinte frase de Papert:
“(…)um bom projecto familiar de utilização do computador deve ter as duas raízes na cultura das crianças: é necessário que um miúdo sinta que o que estão a fazer se relaciona com aquilo que os miúdos fazem geralmente (…)” ou com aquilo que gostam e os liga à realidade, acrescento eu.
Dito de outro modo, e não me restringindo apenas ao universo familiar e das crianças, a parte afectiva do indivíduo na relação com o que tem de aprender, projectar ou construir/desenvolver tem uma influência fortíssima na forma como isso se irá processar e, indo mais longe, no próprio desempenho desse.
Apresento dois exemplos.
Os trabalhos finais para a disciplina de Seminário de Integração Profissional têm-se revelado a maior das pasmaceiras, desculpem-me a expressão, e creio que falo por muitas bocas ao dizer isto. O que acontece é que, e agora pessoalmente, não vejo ligação nenhuma do que estou a fazer com o real ou com os meus interesses. O trabalho torna-se penoso, faço-o pior do que se estivesse a gostar de faze-lo e provavelmente terei muito mais dificuldades em tirar partido dele, ou seja, em apr(e)ender alguma coisa.
Por outro lado, a liberdade para abordar matérias de interesse pessoal na disciplina de Tecnologias Educativas dá ao trabalho um sentido bastante diferente, em que se tem gosto pelo que se está a fazer e acaba por se aprender mais e melhor, tendo um desempenho muito superior ao que se teria no caso anterior. (Isto não é graxa a ninguém! Se quiserem depois vão ver o trabalho final e verão como nos deu prazer fazê-lo!)
Tudo isto para dizer que este é princípio orientador é um método que me parece que poderia ser mais utilizado pelos professores. Se tal acontecer de uma forma lúcida e controlada não há perigo de se cair na anarquia e no “vazio curricular”, se é que me faço entender. Tenho a certeza de que seria uma excelente forma de motivar e fomentar o gosto por aprender. Na nossa querida FPCE há alguns professores que o fazem. Com justiça dou créditos ao professor Jorge Ramos do Ó, Fernando Costa, Joana Viana e Domingos Fernandes, que nos fazem, através deste princípio, correr com gosto e, como sabemos
quem corre por gosto cansa-se, mas demora muito mais…